terça-feira, 24 de agosto de 2010

Show de Calouros parte II

Por duas vezes prefeito de São Paulo (1969 - 1971) e (1993 - 1996), um mandato como governador (1979 - 1982) e recentemente Deputado Federal (2006 - 2010), eleito pelo mesmo estado, Paulo Salim Maluf não desiste.

Após ter a sua candidatura impugnada pela nova lei denominada "Ficha Limpa", o velho e bom Maluf impetrou um recurso TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e enquanto não for julgado, sua campanha para reeleição ao cargo de Deputado Federal continua, para desespero de muitos e felicidade de poucos.

A lei que impede candidatos que tenham processos na justiça de se eleger já entrou em vigor e têm gerado país a fora diversas interpretações. O que ficou claro é que se houver algum processo em andamento, automaticamente a candidatura torna-se inválida.

No entanto, o nosso conhecido personagem possui, para o nosso espanto, algumas "cartas na manga", uma delas o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ainda é cedo para lançarmos essa hipótese, pois como é bem provável que o seu recurso receba um parecer negativo, com um recurso no supremo, espaço onde historicamente Maluf sempre gozou de boas relações, poderia devolver o seu "direito" de concorrer novamente a uma vaga na câmara dos deputados em Brasília.

Fica a seguinte questão? Como será realizado o processo de validação ou não da candidatura se as eleições já tiverem ocorrido?

O "malufismo” (termo criado para nomear pessoas que votam no Paulo Maluf) segue vivo como uma religião para muitos dos paulistanos.

Sugestão: Antes do dia 3 de outubro, façam uma pesquisa com o nome do presidente do PP (Partido Progressista) em sites de pesquisa sobre processos que correm na justiça eleitoral e na justiça comum. Se o resultado for positivo, o que é bem provável pense bem antes de nomear mais um representante do nosso estado, digamos “com alguns processos na justiça"

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Show de "Calouros" Parte I

Dia 17 de agosto de 2010, começa a propaganda eleitoral gratuita. Figuras conhecidas no cenário político nacional irão enfeitar a nossa tela por aproximadamente 43 dias seguidos, sem interrupção.

Segue abaixo uma pequena lista dos nomes de alguns candidatos bem conhecidos: Marcelinho Carioca (ex- jogador de futebol), Aguinaldo Timóteo (cantor), Adilson Maguila (ex-pugilista) Moacir Franco (cantor e apresentador), Ronaldo Esper (estilista) entre tantos que ainda irão aparecer no famoso "show de calouros"

Política, segundo Marilena Chauí, filósofa e pesquisadora é a prática de governar estando de acordo ou talvez mais próximo do ideal e do bem comum. Quando abordamos ou inserimos o termo política de forma banal e despretensiosa, estamos abrindo mão do direito que nos foi concebido que é o de guiar os destinos e o rumo que a nossa nação irá seguir durante os próximos quatro anos. Perguntemos a algum dos nossos famosos candidatos, quais são as funções, obrigações e direitos que um parlamentar tem ao ser eleito? Ou melhor. Qual é o seu principal projeto caso seja eleito?

É bastante provável que respostas plausíveis sejam lançadas, pois, todos de acordo com o manual do "bom candidato" devem estar bem orientados em caso de objeções sobre o objetivo de sua candidatura.

Não pretendo com esse texto influenciar o voto de quem por ventura perca alguns segundos para ler esse artigo opinativo. Porém, no momento em que estivermos diante das urnas lembrem-se que o candidato escolhido irá representá-lo por quatro anos com projetos de leis e emendas constitucionais. A internet é uma ótima ferramenta para poder acompanhar durante o mandato, quais foram os projetos e emendas apresentadas pelo seu escolhido. E se por acaso se depararem diante de algum "Tiririca" como candidato, pergunte e questione se existe algum projeto de que esteja na pauta da sua candidatura.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Concessão "eleitoral" para rádios de todo o Brasil

Pode até ser mera casualidade, mais não é muito estranho a enxurrada de renovações de concessões de rádios em todo o Brasil? Justamente no período em que antecede as eleições para Deputados Federais e Estaduais, Senadores e Presidente da República.

Somente no mês de julho e junho mais de 190 renovações ocorreram. A justificativa apontada pelo Ministério das Comunicações é de que houve contratações de novos funcionários e isso agilizou processos que estavam em andamento a mais de dois anos.

O que causa digamos algum constrangimento é o fato de algumas das emissoras estarem sobre a batuta de sobrenomes famosos da nossa política como Sarney, Magalhães, Mello entre tantos outros. Existe uma lei que regulamenta esse tipo de serviço, e de acordo com o seu conteúdo, fica extremamente proibido fazer uso de veículo de comunicação pública registrado em seu nome para propaganda política e eleitoral.

Resta ao Ministério Público e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma investigação sobre o aumento repentino de renovações para que não sejamos mais uma vez vítimas dos mesmos figurões que circundam o cenário político nacional.

domingo, 1 de agosto de 2010

Lei da "mordaça" parte II

A lei eleitoral que proíbe programas humorísticos de rádio e TV de abordar os candidatos através de sátiras e piadas tem gerado muitos protestos por parte das emissoras e das produções dos programas.

O argumento usado para aprovação da medida pelo tribunal eleitoral é o de impedir que o tema eleição fosse visto de forma banal, e que determinado candidato (a) não fosse ridicularizado perante as câmeras de TV e pelas ondas sonoras. Na próxima semana começa a propaganda eleitoral gratuita, observemos o seguinte detalhe: irão começar toda a série de acusações e difamações, com o intuito de desmoralizar os candidatos perante o público.

Vamos seguir uma linha de raciocínio: O objetivo da propaganda eleitoral é esclarecer o eleitor e auxiliá-lo na sua escolha, se ao invés de apresentar propostas os candidatos ficarem trocando farpas e acusações, o eleitorado irá permanecer sem a devida orientação, a banalização e riducularização dos candidatos vão permanecer a mesma.

Essa medida além de ser anticonstitucional só irá promover a mudança no modo de comunicação, dessa vez às desmoralizações vão partir direto do seu local de origem, a produção dos programas eleitorais gratuitos.

Alexandre Souza, jornalista e escritor