terça-feira, 31 de maio de 2011

Collor," A história que o Senado tenta esquecer"

Outro dia, sentado em uma mesa de um bar, na Zona Norte de São Paulo, indaguei um amigo sobre uma foto de dezenove anos atrás postada em seu perfil, em uma rede social na internet. O retrato era de uma turma do curso de Administração de Empresas, da FECAP, do ano de 1992. Todos tinham o rosto pintado. Os Caras Pintadas foi um movimento criado para protestar e pedir a saída do Ex - Presidente Fernando Collor de Mello, período em que o governo sofria uma enxurrada de acusações, desde tráfico de influencia, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

Pois bem, o final todos sabemos. Collor teve o seu mandato interrompido, no seu lugar assumiu o Vice Itamar Franco e no ano de 1994 começava a era FHC. Ao ler as manchetes dos jornais de ontem (30/05) me trouxe a lembrança todo o contexto sobre a história que culminou na queda do hoje senador Collor.

Para a minha surpresa o resgate da memória veio em forma de indignação. Uma exposição que contava toda a história do Senado Brasileiro, desde o Brasil República, passando pelos anos de chumbo, constituição de 1988 e as últimas emendas estava sendo exibida no hall de entrada da Câmara. Porém, o impechamant do nosso ex - exterminador de marajás não estava sendo retratado. Indagado sobre o motivo da não exposição o Presidente do Senado, José Sarney, alegou que talvez esse fato fosse somente um "escorregão" na história do país.

Esse escorregão, citado pelo "Coronel Sarney", terminou com a queda de um Presidente e deu início a uma nova era. Influenciou toda uma geração de caras com tinta e sem tinta, pois os jovens da época foram para as ruas protestar contra um governo corrupto e dessa vez, por incrível que pareça, não houve repressão a base de cacetadas e balas de borracha. A voz que exalava das ruas foi ouvida, nosso ex líder esportista deixou o cargo.

O ano era 1992, na época eu tinha 13 anos, tenho na lembrança de um pré adolescente toda a mobilização nacional em busca de um governo ético e honesto. Um exemplo que deve ser seguido e lembrado por muitas e muitas gerações. Ora, se esse fato não é importante para a memória do país, como disse o nosso famoso maranhense, o que é então relevante para a nação? Fico pensando na frustração do meu companheiro de bar, da minha e de todos aqueles que direta ou indiretamente participaram e ajudaram a construir a nossa história recente.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bolsonaro e seus "fiéis seguidores"

Quarenta e sete anos depois do fatídico dia 31 de março de 1964, um legítimo “filhote de ditadura”, resolve ressuscitar o caráter conservador do golpe militar. Como se não bastasse o seu preconceito e ausência total de alteridade ele ainda é Deputado Federal.

Após a “revolução” que derrubou o governo do Presidente João Goulart e deu início ao um dos períodos mais nebulosos da nossa história, sou obrigado a retomar o assunto por conta das declarações de seguidores de “um certo” Deputado Federal, eleito pelo PP do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro.

Tentei por muitas vezes evitar postar um texto com o nome desse senhor, a fim de evitar mais popularidade em torno desse fascista. Imaginei que seria melhor esquecê-lo. Porém, minha intenção em ignorá-lo foi desfeita ao ouvir, exatamente, eu disse ouvir, uma frase a caminho do trabalho. “Gay tem que morrer”

Esse pensamento bolsonariano nos faz rever conceitos de natureza humana e estado democrático de direito. Vivendo sobre essa bandeira o homem tem o direito de fazer suas escolhas profissionais, pessoais e comportamentais de acordo com a sua formação e identidade cultural. Ciente desse contexto, a lei que proíbe e pune atitudes homo fóbicas, embora já aprovada pelo congresso nacional, precisa ser revista e se possível modificada para oferecer aos infratores penas mais duras e severas.

Em pleno Século XXI, após anos de luta pela liberdade e democracia, comentários com esse teor, racistas e preconceituosos nos fazem recordar "os anos de ouro" de ascensão e queda do Terceiro Reich, como citado no primeiro parágrafo, o moralismo em torno dos anos de chumbo brasileiro e por fim a recente onda de ataques envolvendo cidadãos nos arredores da Avenida Paulista e região. Vale lembrar: esse fato, ocorrido no ano passado, ainda não foi julgado e provavelmente os agressores encontram-se em alguma estação de metro, bares ou danceterias a procura de novas vitimas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Virando a página

A sétima edição da Virada Cultural, realizada nesse último final de semana, movimentou o centro de São Paulo com atrações para todos os gostos e públicos.
Mais uma vez, no que diz respeito à infra-estrutura, assim como em anos anteriores, o evento deixou a desejar.

A quantidade de banheiros públicos foi insuficiente, em algumas ruas do centro antigo como XV de Novembro e Barão de Itapetininga o cheiro de urina era o “tempero adicional da noitada cultural”. Mesmo com a proibição, ambulantes circulavam livremente comercializando vinho e cerveja em lata sobre os olhares atentos dos homens da Guarda Civil Metropolitana e Polícia Militar.

As apresentações musicais escolhidas respeitaram todos os estilos e públicos. Desde Renato Teixeira a Sepultura, passando por Paulinho da Viola e Rita Lee, quem se locomoveu até o centro ou preferiu a programação das unidades do SESC, pode aproveitar até às 18 horas de domingo todo o repertório de peças teatrais, shows e exibição nos mais variados modelos.

Olinda, Terra do frevo baião e xaxado

Com uma mistura de maracatu, frevo, baião, xaxado e alguns elementos do rock, a Orquestra Contemporânea de Olinda subiu ao palco do SESC Consolação, às três horas da madrugada de domingo e mostrou todo o seu repertório variado de estilos regionais.
O público presente não deixou por menos, dançou e cantou junto com os músicos até ao fim da apresentação. Os rapazes pernambucanos aproveitaram o término do Show para exaltar o animo da platéia e despejaram todo o seu rico repertório musical, que vai desde Dodô e Osmar passa pelo baião de Luiz Gonzaga e termina com o tradicional frevo.

domingo, 17 de abril de 2011

Desarmem-se!

Mais um ato de insanidade cometido por um ex-aluno de uma escola estadual no Rio de Janeiro, no qual doze jovens pré-adolescentes foram ceifados da vida, traz de volta o debate sobre uma legislação mais rígida no que diz respeito a manutenção de armas de fogo em poder do cidadão comum.

Homicídios cometidos por pessoas comuns, sem antecedentes criminais e sem envolvimento com a criminalidade, tornou-se para o poder público um dos maiores desafios deste novo milênio. Os números destacados no cotidiano dos grandes veículos de imprensa nos mostram que se trata de uma grande guerra, que para vence - lá, é necessário um esforço conjunto de todo o corpo social.

Segue abaixo alguns conselhos enumerados por este jovem blogueiro para as pessoas que ainda mantém uma arma de fogo em seu poder e desta forma sentem-se seguras para defender sua família e o seu patrimônio

1) Uma arma de fogo mau manuseada pode causar uma tragédia familiar.

2) Entre na delegacia mais próxima e entregue a sua arma para autoridade local, pois se for surpreendido com um revólver de origem desconhecida sofrerá as penalidades previstas em lei, sem direito a fiança.

3) Nas situações em que os limites da paciência humana forem colocados a prova, ter uma arma em seu poder não lhe trará vantagens. De certo uma discussão de trânsito, uma desavença com um vizinho ou uma briga familiar poderá ter um desfecho trágico.

4) Se você tem filhos não é prudente manter uma arma em seu poder. Como sabemos não é possível estar atento de forma integral ao movimento dos pequenos e a curiosidade infantil.

5) Os únicos habilitados à manter uma arma de fogo são os policiais militares e civis, segurança particulares devidamente treinados e registrados e as forças armadas.

6) Por último, todos esses argumentos podem soar como; opinião batida e repetitiva - concordo, porém eles vêem sido veiculados de forma sistemática há muitos anos e mesmo assim as taxas de homicídios tanto culposo como doloso continuam crescendo. Crimes cometidos por pessoas que não tem o viés criminoso, e dessa forma insistem em ter uma arma, mesmo que isto lhe custe a própria vida ou de um ente querido.

terça-feira, 1 de março de 2011

Revolução no mundo Islâmico

Tunísia, Líbia, Egito, Marrocos, Barén e Jordânia. Sim, todos esses países vivem ou viviam, como no caso do Egito, sobre um regime autoritário e ditatorial. O curioso é que, os grandes veículos de comunicação pouco noticiavam ou raramente algumas notas eram lançadas com comentários superficiais e de pouco aprofundamento.

Outros regimes com a mesma tendência como, por exemplo: Irã, Síria, Coréia do Norte, ou mais liberais como: Cuba, Venezuela e Bolívia são retratadas diariamente como nações sem liberdade e com governos repressivos. A grande diferença é que esses territórios ousaram desafiar a hegemonia do imperialismo norte americano. Dessa forma tomando uma posição contraria aos interesses da Casa Branca tornaram-se alvo de censura e embargo econômico.

Estamos passando por um fato de grande relevância e com grande caráter histórico. A revolução que derrubou o governo egípcio, começou, ganhou forma, notoriedade internacional e se concretizou através do povo. Sem interferências de nações estrangeiras ou partidos políticos.

O povo é a essência da revolução, quando existe uma união entre todos os setores da sociedade, contrários ao um regime repressivo, as chances de mudança são inevitáveis. Vejamos como será o desdobramento no pós revolução e de que forma a transição será concretizada