sábado, 19 de junho de 2010

Quirguistão, guerra e destruição

Dia 11 de junho de 2010, o mundo inteiro tem os olhos voltados para a África do Sul,vai começar o tão esperado campeonato mundial de futebol, organizado pela FIFA.

Enquanto a jabulani (bola de futebol) rolava com desenvoltura pelos gramados do país sede, no Quirguistão um conflito entre uzbeques e quirguizes deixou pelo menos 1000 mortos, um saldo de destruição e milhares de refugiados.

Região de grande instabilidade política, os países que pertenciam a ex União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, desde o ano de 1991, após muitos declararem independência, buscam uma maior representatividade no cenário mundial e o crescimento econômico. Crises que geram conflitos como o que atinge a maioria usbeques é assistido de camarote pelas grandes potências e não raro, como veremos pela ONU (Organizações das Nações Unidas).

Por exemplo: Qual seria o interesse hegemônico dos norte americanos de interferir em um conflito dessa proporção e nessa região? Ou um país como a Inglaterra que até pela posição geográfica teria melhores condições de interferir?

Desde o a queda do Muro de Berlim, os países do Leste Europeu que seguiam o exemplo soviético passaram por grandes transformações que acalentam em seu contexto histórico o estereótipo de serem considerados pela Europa Central como a "esquina do mundo", termo usado para identificar nações subdesenvolvidas em pleno continente europeu.

O mesmo processo ocorre com as nações da ex-cortina de ferro, o detalhe é que os órgãos da imprensa estrangeira também não conseguem cumprir sua missão de informar e denunciar atos de tal esfera, pois se trata de uma região não muito interessante comercialmente de manter um correspondente internacional. Muito mais "viável" é aguardar material noticioso das agências internacionais que se destinam a uma cobertura distante baseada em depoimentos muitas vezes de fontes duvidosas.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Higienização Social: da Africa do Sul ao Centro de São Paulo

Na última terça feira (08/06/2010) o jornal Folha de S.Paulo publicou uma matéria no caderno de esportes sobre o processo de construção dos estádios de futebol que receberiam jogos da copa do mundo de 2010. A abordagem em torno do assunto foi realizada através de um levantamento sobre moradores que tiveram suas residências desapropriadas para que os palcos futebolísticos pudessem ser construídos.

Esses mesmos munícipes foram alocados em lugares muito distantes dos grandes centros em condições de moradia muito inferiores. Herdeiros do antigo sistema que discriminava e restringia o acesso aos serviços e benefícios oferecidos aos negros em relação aos brancos, nos demonstra que esse método de discriminação na teoria teve fim, mais na prática veremos que persiste até hoje, não somente na África do Sul mais em outras regiões, de forma disfarçada.

Durante a visita do Papa Bento XVI no Brasil no ano de 2007, a região destacada para receber Vossa Santidade foi o Centro de São Paulo. Área de grande movimentação e comércio popular que tem no seu contexto diário um grande contingente de vendedores ambulantes, flanelinhas, moradores de rua e menores abandonados.

Eis que, para a surpresa daqueles que circularam pelo Centro de São Paulo, no mês de junho de 2007, praticamente nenhumas das figuras que se tornaram comum na região seria facilmente encontrada. A sensação era de que em um simples passe de mágica nenhuma criança fosse vista inalando cola, moradores de rua encontraram um lar, vendedores ambulantes com emprego e carteira assinada e flanelinhas exercendo outra atividade.

O mesmo processo ocorrido na África do Sul se passou em São Paulo, a diferença é que no país sede da copa do mundo, essa "higienização social" se deu de uma forma declarada e com a autorização da entidade organizadora do mundial.

Em São Paulo a "limpeza" foi feita nos dias que antecederam a visita do Papa, crianças abandonadas foram recolhidas na fundação casa, vendedores ambulantes extremamente proibidos de trabalhar, e finalmente os moradores de rua alguns nos albergues e os demais em outro tipo de abrigo, um prédio com direito a grades, policiais armados e carcereiros, a cadeia.

Alexandre Souza, jornalista e escritor

terça-feira, 1 de junho de 2010

Terror autorizado pela ONU

Mais um ato terrorista desta vez cometido sobre os olhares dos EUA e com autorização prévia da ONU (Organização das Nações Unidas), pelo Estado De Israel chocou a opinião pública mundial e a comunidade árabe.

Desta vez as vítimas não eram da faixa de gaza ou libaneses e sim integrantes de uma comitiva em missão de paz que tentava furar o bloqueio imposto pelo exército israelense, para levar ajuda humanitária aos palestinos isolados do continente pelo efetivo judeu.

Desde a criação do Estado de Israel, no ano de 1948, após a segunda grande guerra mundial, a região tem sofrido com a estabilidade política, ocasionada por constantes conflitos que colocam frente a frente o exército sionista e a população árabe. No início da década de 90, um possível acordo de paz chegou a ser configurado entre os líderes da época Yasser Arafat pelo lado palestino e Ariel Sharon pelo lado israelense.

Fica a seguinte questão: Se um acordo de paz colocar fim ao conflito que já dura mais de 50 anos, e fosse criado um Estado Palestino na faixa de gaza, como ficaria o "lucrativo comércio" de tecnologia bélica fornecido historicamente pelo governo estadunidense ao Estado de Israel? Resta saber até que ponto é interessante no que diz respeito a geopolítica mundial a estabilidade na região e a paz entre árabes e judeus.

No inaceitável ataque ocorrido na semana anterior que vitimou dez pessoas e chocou a opinião pública, todas essas questões voltaram a ser discutidas pelos líderes mundiais. Uma investigação criteriosa se faz necessário para apurar as responsabilidades, impor limites ao governo de Israel e trazer de volta as discussões para um cessar fogo que possa proporcionar paz à região.

Alexandre Souza, jornalista e escritor