segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Tiririca, o herói do brasil

Tiririca, o herói do Brasil

Por Amélia Souza Tanos

Estamos no período pós eleição! As alianças para o 2º turno estão a todo vapor. Na TV, todos os canais transmitem reportagens iguais, exibindo curiosidades e estatísticas. O deputado federal mais velho, o mais votado, o menos votado, os mais inusitados, o comportamento do eleitor por região do Brasil, quantos padres, pastores, modelos, a nova cara do Senado, o retorno das velhas raposas, as jovens promessas.

Eis que de forma repentina o palhaço Tiririca, convoca a imprensa e discursa:


“Fui eleito com votação expressiva. Sou uma das novas caras do Congresso e represento o povo brasileiro, brada o comediante.” Apesar da legitimidade dos votos que me colocaram em Brasília, EU RENÚNCIO!


Tudo não passou de uma brincadeira, na verdade um teste para saber se o povo brasileiro leva a sério um assunto tão importante. Sou um homem simples e encontrei na comédia a oportunidade para melhorar de vida. Sou um palhaço sério, responsável e honesto. Não tenho talento para política. Gosto mesmo é de fazer graça na frente das câmeras de televisão, inventar bordões, canções de duplo sentido e piadinhas que a molecada repete na escola.Quero trabalhar na Praça é Nossa e no Zorra Total.


Política é coisa séria, não é palhaçada, fiz uma brincadeira, fui levado a sério e o povo tirou sarro do próprio País. O Brasil virou chacota e apostamos no bordão “Pior que tá num fica!” Minha missão foi cumprida. Consegui gerar discussões em diversas rodas da sociedade: barbudinhos de All Star da USP, patricinhas da FAAP, faxineiras no ponto de ônibus, madames no salão de beleza, desempregados e artistas.


Todos deram a sua opinião e discutiram pra valer. Da próxima vez não deixem que isso ocorra. Pensei em desistir na metade do caminho, mas a situação tomou proporções seriíssimas e fui obrigado a continuar. Em 2014 teremos novas eleições e outros Tiriricas aparecerão. Será que alguém vai perceber?

Por Amélia Souza Tanos

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Show de Calouros parte II

Por duas vezes prefeito de São Paulo (1969 - 1971) e (1993 - 1996), um mandato como governador (1979 - 1982) e recentemente Deputado Federal (2006 - 2010), eleito pelo mesmo estado, Paulo Salim Maluf não desiste.

Após ter a sua candidatura impugnada pela nova lei denominada "Ficha Limpa", o velho e bom Maluf impetrou um recurso TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e enquanto não for julgado, sua campanha para reeleição ao cargo de Deputado Federal continua, para desespero de muitos e felicidade de poucos.

A lei que impede candidatos que tenham processos na justiça de se eleger já entrou em vigor e têm gerado país a fora diversas interpretações. O que ficou claro é que se houver algum processo em andamento, automaticamente a candidatura torna-se inválida.

No entanto, o nosso conhecido personagem possui, para o nosso espanto, algumas "cartas na manga", uma delas o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ainda é cedo para lançarmos essa hipótese, pois como é bem provável que o seu recurso receba um parecer negativo, com um recurso no supremo, espaço onde historicamente Maluf sempre gozou de boas relações, poderia devolver o seu "direito" de concorrer novamente a uma vaga na câmara dos deputados em Brasília.

Fica a seguinte questão? Como será realizado o processo de validação ou não da candidatura se as eleições já tiverem ocorrido?

O "malufismo” (termo criado para nomear pessoas que votam no Paulo Maluf) segue vivo como uma religião para muitos dos paulistanos.

Sugestão: Antes do dia 3 de outubro, façam uma pesquisa com o nome do presidente do PP (Partido Progressista) em sites de pesquisa sobre processos que correm na justiça eleitoral e na justiça comum. Se o resultado for positivo, o que é bem provável pense bem antes de nomear mais um representante do nosso estado, digamos “com alguns processos na justiça"

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Show de "Calouros" Parte I

Dia 17 de agosto de 2010, começa a propaganda eleitoral gratuita. Figuras conhecidas no cenário político nacional irão enfeitar a nossa tela por aproximadamente 43 dias seguidos, sem interrupção.

Segue abaixo uma pequena lista dos nomes de alguns candidatos bem conhecidos: Marcelinho Carioca (ex- jogador de futebol), Aguinaldo Timóteo (cantor), Adilson Maguila (ex-pugilista) Moacir Franco (cantor e apresentador), Ronaldo Esper (estilista) entre tantos que ainda irão aparecer no famoso "show de calouros"

Política, segundo Marilena Chauí, filósofa e pesquisadora é a prática de governar estando de acordo ou talvez mais próximo do ideal e do bem comum. Quando abordamos ou inserimos o termo política de forma banal e despretensiosa, estamos abrindo mão do direito que nos foi concebido que é o de guiar os destinos e o rumo que a nossa nação irá seguir durante os próximos quatro anos. Perguntemos a algum dos nossos famosos candidatos, quais são as funções, obrigações e direitos que um parlamentar tem ao ser eleito? Ou melhor. Qual é o seu principal projeto caso seja eleito?

É bastante provável que respostas plausíveis sejam lançadas, pois, todos de acordo com o manual do "bom candidato" devem estar bem orientados em caso de objeções sobre o objetivo de sua candidatura.

Não pretendo com esse texto influenciar o voto de quem por ventura perca alguns segundos para ler esse artigo opinativo. Porém, no momento em que estivermos diante das urnas lembrem-se que o candidato escolhido irá representá-lo por quatro anos com projetos de leis e emendas constitucionais. A internet é uma ótima ferramenta para poder acompanhar durante o mandato, quais foram os projetos e emendas apresentadas pelo seu escolhido. E se por acaso se depararem diante de algum "Tiririca" como candidato, pergunte e questione se existe algum projeto de que esteja na pauta da sua candidatura.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Concessão "eleitoral" para rádios de todo o Brasil

Pode até ser mera casualidade, mais não é muito estranho a enxurrada de renovações de concessões de rádios em todo o Brasil? Justamente no período em que antecede as eleições para Deputados Federais e Estaduais, Senadores e Presidente da República.

Somente no mês de julho e junho mais de 190 renovações ocorreram. A justificativa apontada pelo Ministério das Comunicações é de que houve contratações de novos funcionários e isso agilizou processos que estavam em andamento a mais de dois anos.

O que causa digamos algum constrangimento é o fato de algumas das emissoras estarem sobre a batuta de sobrenomes famosos da nossa política como Sarney, Magalhães, Mello entre tantos outros. Existe uma lei que regulamenta esse tipo de serviço, e de acordo com o seu conteúdo, fica extremamente proibido fazer uso de veículo de comunicação pública registrado em seu nome para propaganda política e eleitoral.

Resta ao Ministério Público e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma investigação sobre o aumento repentino de renovações para que não sejamos mais uma vez vítimas dos mesmos figurões que circundam o cenário político nacional.

domingo, 1 de agosto de 2010

Lei da "mordaça" parte II

A lei eleitoral que proíbe programas humorísticos de rádio e TV de abordar os candidatos através de sátiras e piadas tem gerado muitos protestos por parte das emissoras e das produções dos programas.

O argumento usado para aprovação da medida pelo tribunal eleitoral é o de impedir que o tema eleição fosse visto de forma banal, e que determinado candidato (a) não fosse ridicularizado perante as câmeras de TV e pelas ondas sonoras. Na próxima semana começa a propaganda eleitoral gratuita, observemos o seguinte detalhe: irão começar toda a série de acusações e difamações, com o intuito de desmoralizar os candidatos perante o público.

Vamos seguir uma linha de raciocínio: O objetivo da propaganda eleitoral é esclarecer o eleitor e auxiliá-lo na sua escolha, se ao invés de apresentar propostas os candidatos ficarem trocando farpas e acusações, o eleitorado irá permanecer sem a devida orientação, a banalização e riducularização dos candidatos vão permanecer a mesma.

Essa medida além de ser anticonstitucional só irá promover a mudança no modo de comunicação, dessa vez às desmoralizações vão partir direto do seu local de origem, a produção dos programas eleitorais gratuitos.

Alexandre Souza, jornalista e escritor

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Voltei !!!!

Meus queridos amigos, estive um período ausente devido a a falta de tempo para postar textos e artigos. A partir desse próximo final de semana, o blog conversa de buteco terá uma atualização semanal sobre os bastidores da corrida presidencial.

Espero contar com a participação de todos. Aos que me conhecem sabem o quanto é importante a opinião sobre o conteúdo e qualidade dos textos postados.

Boa noite a todos e um ótimo dia de trabalho

Alexandre Souza

sábado, 19 de junho de 2010

Quirguistão, guerra e destruição

Dia 11 de junho de 2010, o mundo inteiro tem os olhos voltados para a África do Sul,vai começar o tão esperado campeonato mundial de futebol, organizado pela FIFA.

Enquanto a jabulani (bola de futebol) rolava com desenvoltura pelos gramados do país sede, no Quirguistão um conflito entre uzbeques e quirguizes deixou pelo menos 1000 mortos, um saldo de destruição e milhares de refugiados.

Região de grande instabilidade política, os países que pertenciam a ex União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, desde o ano de 1991, após muitos declararem independência, buscam uma maior representatividade no cenário mundial e o crescimento econômico. Crises que geram conflitos como o que atinge a maioria usbeques é assistido de camarote pelas grandes potências e não raro, como veremos pela ONU (Organizações das Nações Unidas).

Por exemplo: Qual seria o interesse hegemônico dos norte americanos de interferir em um conflito dessa proporção e nessa região? Ou um país como a Inglaterra que até pela posição geográfica teria melhores condições de interferir?

Desde o a queda do Muro de Berlim, os países do Leste Europeu que seguiam o exemplo soviético passaram por grandes transformações que acalentam em seu contexto histórico o estereótipo de serem considerados pela Europa Central como a "esquina do mundo", termo usado para identificar nações subdesenvolvidas em pleno continente europeu.

O mesmo processo ocorre com as nações da ex-cortina de ferro, o detalhe é que os órgãos da imprensa estrangeira também não conseguem cumprir sua missão de informar e denunciar atos de tal esfera, pois se trata de uma região não muito interessante comercialmente de manter um correspondente internacional. Muito mais "viável" é aguardar material noticioso das agências internacionais que se destinam a uma cobertura distante baseada em depoimentos muitas vezes de fontes duvidosas.